No dia 5 de Julho de 2017, o hotel Mercure, em Lisboa, acolheu a Conferência “Angola, Que Futuro?”, uma iniciativa conjunta das associações portuguesas Frente Cívica e Transparência e Integridade e do jornal angolano Folha 8.
Por José Marcos Mavungo (*)
A conferência foi um espaço de debate que reuniu personalidades relevantes dos vários sectores da sociedade civil e política angolana e portuguesa, como Marcolino Moco, Paulo Morais, João Paulo Batalha, William Tonet e Sedrick de Carvalho, numa iniciativa apartidária que pretendeu examinar as oportunidades e desafios que se colocam ao desenvolvimento de Angola.
A iniciativa pretendeu “dar uma prova de vitalidade e de diversidade da sociedade civil e mostrar que o debate político não é exclusivo dos partidos ou dos candidatos, mas que há expectativas e exigências cívicas para o desenvolvimento de Angola a que os partidos têm de dar resposta”, disse João Paulo Batalha, Presidente da Transparência e Integridade.
No ato da apresentação do livro “A Cartilha do delegado de lista”, de William Tonet, Paulo de Morais, da Frente Cívica e ex-candidato a presidente da República de Portugal às últimas eleições, retomou a sua afirmação no prefácio da obra: «esta Cartilha é um verdadeiro hino à democracia». Dir-se-ia que a própria obra sublinha um imperativo que cada angolano, mais explícita ou implicitamente, luta: a necessidade irresistível de restaurar a ética e o rigor na governação, e de reencontrar instituições democráticas na sua forma pura, mais fortes, livres de “tares” de comportamento individualista e despótico.
Abordando aspectos da vida nacional angolana, tão importantes e decisivos para o país, como a Constituição, a Educação, a Saúde, a Justiça, a Economia, a Transparência, o Estado Social, as Eleições, as Violações dos Direitos Humanos, os intervenientes atentos e activos renovaram a crença na possibilidade de reconstruir o actual figurino sociopolítico angolano, marcado por uma profunda crise, que reclama por uma melhoria do sistema de Governação. “O futuro depende sempre daquilo que fizermos hoje”, afirmou Marcolino Moco em entrevista a DW, à margem do evento.
Por isso, no hotel Mercure, a Conferência “Angola, Que Futuro?”, deixou-nos um daqueles reptos dignos de acompanhar os angolanos na sua caminhada em direcção a um Estado de Direito Democrático: a esperança pede criatividade, coragem e risco. Coragem e risco para enfrentar os actuais dilemas e desafios de Angola, entre os quais está a problemática da democratização do país, da repartição justa da riqueza nacional, do respeito pelos Direitos Humanos, da debilidade do sistema de ensino e do conflito ainda reinante em Cabinda.
Ou então o Estado Democrático, onde reinam Transparência, Justiça, Fraternidade, Reconciliação e Dignidade Humana, apresentar-se-ia à imaginação absurdamente perto e fantasticamente fora do alcance dos angolanos.
(*) Activista dos Direitos Humanos e também orador no referido debate
Esse tipo de conferências são muito boas, mas deixa de ser interessante quando apenas só fazem parte dela pessoas que partilham dos mesmos ideais. Devem participar pessoas mentalmente diferentes, pessoas desligadas politicamente de qualquer partido, caso contrário estarão aí apenas a soltar o verbo.
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